11 fevereiro 2009

Elfo Negro


Esse é o segundo conto que enviei ao concurso de roteiros que estava presenteando os vencedores com keys do jogo Warhammer. Dos 3 que enviei os dois que postei ate agora aqui no blog foram escolhidos.

Primeiro conto e as regras aqui.

O movimento havia sido executado com perfeição. A espada não havia cortado o bastante para me tirar da batalha, mas ainda sim o ferimento ardia.
Uma segunda tentativa de ataque foi subjugada pelo escudo que usava em meu braço esquerdo. Aproveitei o momento de surpresa gerado pela minha defesa para usar a espada em uma bem sucedida estocada no verme a minha frente. Seu ombro esquerdo havia sido perfurado. A vitoria era minha.
Meu golpe seguinte teria sido mortal, porem meu inimigo era esguio como uma cobra e havia escapado no ultimo segundo. A partir desse ponto comecei a golpear incessantemente na tentativa de terminar o combate. Porem golpe após golpe me sentia mais cansado.
- Sentindo-se bem Bénor?
As palavras haviam saído de sua boca assim como o veneno de sua espada. De certo havia subornado o examinador para que esse não verificasse a lamina.
Largando seu escudo no chão e usando a mão direita para segurar a espada, Arkoth havia retornado ao controle do combate. Minha mente estava pesada e meus movimentos muito lentos. Mal pude levantar meu escudo a tempo de aparar o primeiro de uma serie de golpes. A batalha estava perdida e eu seria morto.
Acredito Lord Nagash, que só existe uma coisa que Khaine goste mais do que uma traição, a vingança. A única explicação para meu corpo ser o único a sair com vida da pilha de mortos formada após o termino daquela seletiva é a intervenção divina de Khaine. E foi a ele que jurei minha alma e meu sangue em troca de vingança.
Khaine foi cruel em sua cobrança. Sugou cada gota possível de meu sangue em seus rituais e destruiu cada pedaço de minha alma com suas torturas. Trilhei seus segredos com maestria. Em combate havia me tornado mortal combinando minha pericia com as espadas e os poderes divinos. Servi fielmente por anos até que chegou o momento de cobrar o que era meu por direito.
Fomos o quarto barco a conseguir chegar a terra. A batalha fervilhava e a areia ate então branca foi maculada com o vermelho do sangue élfico. Duas flechas haviam atravessado minha coxa, mas a muito havia aprendido a ignorar esse tipo de dor. Corri ate o arqueiro degolando-o com minhas duas laminas. E vários outros caíram em seguida. Minha quinta vitima estava de costa enfrentando um BlackGuard quando ceifei sua vida com um golpe pelas costas. Foi então que aconteceu.
Antes mesmo de tirar o elmo sabia que aquele era Arkoth. Khaine havia me recompensado pelos anos que o servi. O sangue inimigo em minha espada brilhava em resposta ao ódio que senti. Golpeava rapidamente e recuava antes que sua grande espada pudesse me ferir. Concentrava a energia de todo meu corpo em meus ataques e mesmo assim a maldita armadura não sedia. Meus golpes com a mão direita quase sempre iam de contra o escudo. Invoquei os poderes de Khaine e ofereci o sangue derramado para que ele enfraquecesse Arkoth, mas nada aconteceu. Transtornado diante de uma nova traição, agora de meu próprio Deus, perdi os poderes divinos e a concentração. A luta não durou muito depois disso. Vi minha morte pela segunda vez através da lamina de Arkoth.
- A morte seria boa de mais para você Bénor. Você merece continuar vivendo em desgraça.
E assim vivo ate hoje.
Agora Lich, já ouviu tudo. Sou Bénor Korthanorth, traído pelo irmão Arkoth Korthanorth, abandonado por Khaine e menosprezando por minha raça. Clamo a ti, que venceu a morte, me de poder para realizar minha vingança. Se assim o fizer o servirei bem.

Um comentário:

Zoltan disse...

Também não sei porque, mas me interessei imensamente em alguém que personifica a vingança para a minha história.
Ademais o conto mereceu ter a premiação.
Em breve posto o meu lá também! Está pensando o que? ¬¬