26 novembro 2007

A Pena e o Pergaminho

O mago não compeendia o porque daquele bloqueio repentino. Simplesmente não conseguia escrever.
Conhecia bem aquela pena. Tinha ele mesmo confeccionado o couro em volta dela. Sentia que poderia descrever cada centímetro dela.
Conhecia bem o pergaminho. Havia escolhido-o em meio a milhares de outros na loja aonde sempre os comprava. Conseguia sentir a força da árvore que lhe havia sido retirado.
Mas mesmo assim não conseguia escrever. Isso lhe intrigava muito.
Apagou a vela sobre a mesa, fechou os olhos e refletiu sobre o assunto. Após algumas horas a luz da revelação encheu o rosto do mago. Pediu ao aprendiz que lhe trouxesse uma faca afiada e com ela fez um corte em seu braço. O sangue, com um vermelho vivo, escorria para um recipiente destinado a tinta que antes jazia vazio.
O homem molhou a ponta de sua pena de cisne no sangue, e as palavras escorriam para o pergaminho, incessantes. Não havia nenhum momento de hesitação durante o processo da escrita. Fluía como um rio. E finalmente terminou.
O aprendiz sem intender o que havia acabado de acontecer pergunta ao seu mestre o por que daquele ritual e obteve a seguinte resposta:
- Eu sabia tudo sobre a pena. Sabia tudo sobre o papel. Mas eles por sua vez não sabiam nada sobre mim, ate que eu lhes mostrei.


-----------------------------//-----------------------

Ando tendo um branco terrivel...
=T já escrevo pouco... e ainda tenho esses brancos agora >_<

Um comentário: