15 dezembro 2007

A Pira Fúnebre


É uma pena não podermos ter todos os nossos desejos realizados.
Estive lendo Bernard Cornwell (as cronicas saxônicas para ser mais exato) e me peguei pensando sobre como a historia poderia ter sido diferente caso pequenos erros tivessem sido evitados. E gosto de imaginar como seria bom se eles realmente não tivessem sido cometidos. Imaginemos como seria se os primeiros pagões tivessem sido mais firmes contra o cristianismo, ou como seria se dentre as varias batalhas travadas entre esses dois lados o paganismo tivesse obtido uma vitoria absoluta. Imagino que se isso tivesse ocorrido iria ter o prazer, hoje em dia, de ter meu corpo queimado numa pira fúnebre, deixando que a fumaça levasse minha alma para os salões de Odin, aonde lutaria durante o dia, beberia no começo da noite e fornicaria com mulheres pela madrugada.
Um machado ornamentaria meu pescoço no lugar da cruz. E eu o tocaria nas situações difíceis para lembrar aos deuses que eu estava vivo, em vez de olhar para uma cruz lembrando que meu Deus morreu nela.
Vamos ser sinceros, bebidas, lutas e mulheres me são muito mais atraentes do que um céu com anjos assexuados cantando hinos de louvor que me dão muito sono, acompanhando a chatice da paz eterna. E para piorar devemos viver uma vida de humildade e servidão, em vez do orgulho guerreiro para entrar nesse paraíso do marasmo?
Realmente algo de muito errado aconteceu na historia.
É uma triste verdade. Nunca terei uma Pira Fúnebre, braceletes de prata dados pelo meu senhor após um bom desempenha meu numa parede de escudos... Pelos Deuses, nunca participarei de uma parede de escudos. Nunca verei meus inimigos trucidados pela força de meu sax, ou ter uma morte numa grande batalha , aonde bardos cantariam como eu havia lutado e matado como um lobo faminto atacando um grupo de ovelhas.
A bem da verdade é provável que mesmo tendo vivido naquela época eu não seria metade do que sonho ser. Mas a falta dessa oportunidade me entristece.
O que me resta? Sonhar e escrever sobre aventuras que nunca viverei, de personagens que de longe me superam em astucia e habilidade e afinal me contentar com a tristeza que a cristandade emite a minha volta ate que finalmente meu corpo seja entregue a terra fria, como o Deus cristãos em vez do fogo vivo de Odin.

Normalmente não ataco a cristandade (ou qualquer outro tipo de religião) assim. Acho que qualquer um tem o direito de escolher no que quer acreditar (e pelo visto talvez eu seja o ultimo a pensar assim). Mas ando meio puto principalmente por causa de idiotas como este aqui que se acham donos da verdade. Mas é a vida.
Lembrando que isso não é um conto sobre um personagem ficticio e sim minha opinião sincera (e romantizada) sobre o assunto. Essa opinião esta gerando, na verdade, a terceira parte das Cronicas de Ferro. Falarei sobre as cronicas explicando o intuito do projeto aqui em breve.

Ps: se você é cristão e este texto lhe ofendeu de alguma forma, gostaria humildemente de pedir que você vá se lascar com as graças do senhor, ouvindo harpas angelicais, pendurado numa nuvenzinha beeeeeeeemmmm longe de mim =).
Obrigado

Fábio.

Mais uma img do thegryph seguindo suas indicações de manter os creditos e hostear a img xD
trabalho dele eh foda o>

4 comentários:

Marcelo disse...

Sentir o sangue esquenta e as pupilas dilatarem, enquanto a sua espada entra na carne do inimigo e volta acompanhada com um jorro de sangue quente que cai sob seus braços enquanto o valoroso oponente vai ao solo.
É algo que ainda tenho pra min que poucos homens tiveram a coragem de sentir. E tantos outros nem mesmo a oportunidade terão, ter o próprio destino nas mãos não é fácil, ter que parecer e não ser, é o que o mundo de hoje pede.
Feliz eu seria se só uma vez vivesse pela espada, ter o mundo a frente e nada a temer, tudo a despresar e a conquistar apenas o direito de ter a alma guiada desde mundo por uma valquiria aos salões de odin.

Seria bom.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zoltan disse...

É foda acordar e sentir que as batalhas foram transportadas para o nosso cotidiano

É guerreiro pra mim quem pega ônibus todo dia. Quem vai pro exército sem querer se alistar e acaba servindo. É quem tem que engolir sapo de chefe pra não perder o emprego. Quem sustenta família, quem escreve.

Isso sim eu acho foda. Tanto naquela época como agora eu acho que as pessoas deveriam sofrer dessa nostalgia. É uma impressão que tenho do assunto.
Quanto aos pagãos acho que a coisa não poderia ter acontecido de maneira diferente. Como pessoas que admitiam a existência de outros deuses passariam a ser mais duros numa atitude como a dos cristãos naquela época?

Eu sinto que também não viverei pra usar uma espada de verdade, embora uma situação em minha vida quase me fez usar uma.

Quanto ao "babaca" paciência. É a sua opinião, e talvez a recíproca seja (o que pra mim não muda nada). Parecem o "Cristão" e o "Pagão" uhauhauhauhauah

Sim, já ia me esquecendo.. Preciso de dinheiro pra começar as aulas de Kenjutsu... Isso sim ameniza essa nostalgia.

Acho que não tenho mais nada a dizer, a não ser que fui um dos responsáveis em te defenestrar com o Bernard Cornwell.

Um abraço!

Anônimo disse...

Se eu bem te conheço, se o paganismo tivesse sido vitorioso, vc estaria reclamando da chance perdida de ir para o tal céu "com anjos assexuados". O que vc quer é ser do contra! Huahiaho!

Então, gostei dos textos. Li alguns, e achei as narrativas bem envolventes. Dá vontade de terminar de ler pra saber o final. Entretanto, como dizia uma professora minha de Produção de Texto, não adianta ter uma boa história se as ferramentas usadas para contá-las não estão muito boas... Erros de português e (falta de) vírgulas desvalorizam o texto. Mas tirando isso, eles estão bons. =P

Bjo, feioso.